ABMS 75 anos: André Assis relembra sua atuação na ABMS, no CBT e na ITA - ABMS
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ABMS 75 anos: André Assis relembra sua atuação na ABMS, no CBT e na ITA

12/05/2025

Foto em destaque: primeira Assembléia da ITA presidida por André Assis, Austrália, 2002.

Como parte das comemorações dos 75 anos da ABMS, a entidade lança uma série de entrevistas com ex-presidentes que moldaram sua história. Entre eles, está o engenheiro André Assis, presidente da ABMS entre 2013 e 2016, ex-presidente do Comitê Brasileiro de Túneis e Espaços Subterrâneos (CBT) da ABMS e ex-presidente da Associação Internacional de Túneis e Espaço Subterrâneo (ITA).

A relação de André Assis com a ABMS começou ainda na graduação, na Universidade de Brasília (UnB), nos anos 1970, com um curso de engenharia de barragens, promovido pelo então Núcleo Regional de Brasília da ABMS. O curso não apenas despertou seu interesse para a mecânica de solos, mas também abriu as portas para um estágio na Themag Engenharia, onde trabalhou no projeto da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, um marco na engenharia brasileira.

Sob a mentoria de Luis Valenzuela, engenheiro chileno que foi figura marcante em sua carreira, Assis foi incentivado a buscar sua pós-graduação no exterior, culminando em um doutorado na Universidade de Alberta, no Canadá.

No Canadá, sob a orientação de professores como Norbert Morgenstern, Assis aprofundou seus conhecimentos em barragens, mas também descobriu novas paixões: mecânica de rochas e túneis. Sua tese de doutorado acabou se voltando para essas áreas, uma guinada que ampliou seu campo de atuação. “Eu fui com uma cabeça de barrageiro, mas no doutorado aprendi mecânica de rochas e túneis, áreas com poucos especialistas no Brasil naquela época”, explica.

Liderança no CBT e na ITA

A expertise de Assis em túneis o levou ao Comitê Brasileiro de Túneis e Estruturas Subterrâneas (CBT), vinculado à ABMS, onde ele desempenhou papéis de liderança. Em 1994, organizou em Brasília um simpósio sobre escavações subterrâneas, que o conectou ao CBT e, posteriormente, à Associação Internacional de Túneis e Espaço Subterrâneo (ITA).

Sua atuação culminou na conquista, em 1995, da sede do Congresso Mundial da ITA para o Brasil, um feito notável para um país sem tradição na área. “Fiz um discurso dizendo que o congresso deveria ir aonde se precisava de túneis, não onde já se sabia fazê-los. Ganhamos por dois votos da Suécia”, recorda.

Suas ideias inovadoras e o sucesso do congresso de 1998, em São Paulo, abriram portas para Assis na ITA. Ele integrou o conselho executivo da entidade e, em 2001, aos 42 anos, foi eleito presidente, tornando-se um dos líderes mais jovens da história da associação. Durante seu mandato, promoveu inovações e fortaleceu a presença do Brasil no cenário internacional.

Presidência na ABMS

Após anos de dedicação ao CBT e à ITA, Assis voltou seu foco à ABMS, assumindo a presidência em 2013, a convite de Arsênio Negro, então presidente. Seu mandato, que se estendeu até 2016, foi marcado pela compra da sede própria da ABMS, em São Paulo.

Segundo Assis, a sede trouxe solidez à entidade, reunindo seu patrimônio, como a biblioteca, e oferecendo um espaço funcional para eventos e trabalho. “A sede coroou a trajetória da ABMS e trouxe um orgulho enorme. É um patrimônio que dá referência à associação”, explica.

Na entrevista, Assis reflete sobre a força da ABMS ao longo de 75 anos e ressalta a importância da associação na união entre academia, consultores e empresas para o desenvolvimento da engenharia geotécnica no Brasil.

Para Assis, a ABMS seguirá tendo um papel fundamental na engenharia brasileira. “As associações profissionais são essenciais para equilibrar os diversos atores da engenharia e devolver à sociedade uma engenharia de qualidade. Dediquei muito à ABMS, mas ela me deu muito mais.”

Confira a entrevista com André Assis:

 

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