Nova norma nacional de fundações vai a Consulta Nacional
A nova norma para projeto e execução de fundações, NBR 6122, revista por um grupo técnico composto em sua maioria por membros da ABMS, está aberta para consulta pública no site da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Sugestões de melhorias e até de objeções técnicas à nova norma podem ser feitas, exclusivamente de modo online, até a data limite de sete de maio, quando se encerra o período de Consulta Nacional. A norma, apresentada à comunidade técnica pela Comissão Revisora em novembro de 2008 chegou ao Comitê Brasileiro de Construção Civil da ABNT (CB - 02) em dezembro do ano passado. Após o período de consulta pública as sugestões consideradas válidas serão incorporadas ao texto que, será, então, publicado em substituição à antiga norma de fundações, em vigor de 1996. "Provavelmente até o final do primeiro semestre de 2010 a nova norma já estará em vigência", afirma Rose de Lima, do CB - 02.
"Este é um momento em que esperamos a contribuição dacomunidade geotécnica", afirma Jaime Marzionna, coordenador da Comissão Revisora da norma 6122. "É a oportunidade para que a norma chegue ao texto mais completo possível".
Para ter acesso à Consulta Nacional da NBR 6122, clique aqui.
Detalhes da Nova Norma de Fundações
Partindo da necessidade de atualizar a antiga norma, em vigor desde 1996, o grupo, coordenado por Jaime Domingos Marzionna, diretor da Engeos Engenharia e Geotecnia Ltda, iniciou o processo de revisão em maio de 2003. O objetivo da reestruturação da norma é atualizar o conteúdo, aproximando-o dos novos métodos e técnicas empregados no dia-a-dia da profissão. "As normas vão envelhecendo, novas tecnologias e procedimentos surgem e são colocados em prática", afirma Marzionna.
O texto, desenvolvido utiliza como pano de fundo a antiga norma. Inclui, no entanto, novos conceitos que aproximam a norma brasileira do que é utilizado em países de primeiro mundo. "Com os novos conceitos introduzidos a norma brasileira se aproxima do Eurocode", esclarece Marzionna.
Frederico Falconi, diretor da Zaclis, Falconi e Engenheiros Associados, fez parte da equipe e acredita que uma das vantagens alcançadas com o novo texto é a organização. "Ele está muito mais claro. Organizamos o conteúdo de modo a facilitar e dinamizar a consulta".
A principal novidade da norma refere-se à divisão do texto entre as duas principais partes da fundação - projeto e execução. A intenção inicial da equipe era elaborar duas normas. Uma dedicada à projeção e outra destinada à execução. "Fomos alertados pelo professor Dirceu Veloso, membro da comissão que faleceu antes da conclusão do texto, que não era possível dividir a norma em duas.
Decidimos então, dentro da mesma norma de fundações, destinar áreas diferentes para cada uma das atividades". Foi assim que a Comissão Revisora da "ABNT- NBR 6122 - Projeto e Execução de Fundações" passou a tratar dos novos detalhes que envolvem o cenário de fundações no país.
Um dos exemplos de inserção de novas considerações trata do conceito de coeficiente de segurança parcial. "Continuamos a permitir o uso do coeficiente de segurança global, conforme apresentado na norma anterior, mas existe também a possibilidade de utilizarem-se coeficientes de segurança parciais".
O conceito de coeficientes parciais já é utilizado em outras normas brasileiras. As normas brasileiras de ações e segurança de estruturas (NBR 8681) e a de projeto de estruturas de concreto (NBR 6118) já contam com esse conceito. "A partir da reedição da norma, as fundações estarão compatibilizadas com outras importantes normas da área".
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