Tarcísio B. Celestino é indicado à Presidência da ITA
Atual presidente do Comitê Brasileiro de Túneis e vice-presidente da ITA (International Tunnelling and Underground Space Association), Tarcísio Barreto Celestino será apresentado na próxima Assembleia Geral da ITA como candidato único à Presidência dessa importante entidade internacional. O nome dele foi indicado ao Board da ITA em carta de 16 de fevereiro deste ano, assinada pelo presidente da ABMS, André Assis, e o vice-presidente do CBT, Jairo Pascoal Júnior. Na carta, eles ressaltam que as qualidades profissionais de Tarcísio o colocam em condições de levar adiante, com sucesso, este novo e importante desafio. No editorial deste mês, o CBT fala sobre a candidatura de Tarcísio Celestino. Leia a íntegra.
A apresentação do nome de Tarcísio Celestino à Presidência da ITA surpreendeu o próprio indicado, como ele conta a seguir.
"Muitas vezes, as coisas tomam rumos inesperados em nossas vidas. Há menos de um mês eu estava em viagem a Lisboa, Portugal, para aquela que eu pensava ser a minha última reunião como membro do Conselho Executivo da ITA, já que meu mandato como vice-presidente se encerra em abril, no Congresso Mundial de Túneis, em São Francisco, nos Estados Unidos. Durante a viagem, fiz um balanço de tudo e notei como a experiência havia sido tão positiva. Mas, por uma sucessão de acontecimentos que nem me passavam pela cabeça e por sugestão e apoio de pessoas muito importantes, eis que sou o nome indicado pelo Conselho Executivo para concorrer à Presidência da ITA".
Para nós, do CBT, Tarcísio é, realmente, o nome mais indicado para a função, por suas atribuições profissionais, por seu bom relacionamento com a ITA e pelo prestígio internacional de que desfruta.
Será uma grande honra para a comunidade técnica brasileira e para o CBT ter um brasileiro com essas qualificações à frente de uma entidade internacional de tamanha relevância. Tarcísio terá, certamente, muito trabalho pela frente. Para levar adiante as suas atribuições, ele irá contar, seguramente, com o apoio de toda a comunidade técnica brasileira.
Além do prestígio de que o CBT desfruta junto à ITA e de prestígio pessoal do indicado, outro fator que sustenta a candidatura de Tarcísio é o bom desempenho histórico dos brasileiros no âmbito da Associação Internacional. A começar pela Presidência de André Assis, atual presidente da ABMS, que conduziu os destinos da ITA entre 2001 e 2004.
"Assis marcou muito bem o seu mandato", afirma Tarcísio Celestino. "Respeitado e ativo, desenvolveu inúmeras atividades, como a criação do ITACET (Comitê para Educação e Treinamento da ITA), talvez o comitê mais importante na ITA hoje", sustenta.
CBT e ITA
Mesmo não sendo um dos países com mercado mais ativo de obras subterrâneas no cenário mundial, o Brasil destaca-se perante a ITA por ter conquistado a confiança da instituição. Tudo começou em 1995, quando André Assis foi incumbido por Argimiro Ferreira, então presidente do CBT, de postular em Stuttgart, Alemanha, a candidatura brasileira para sediar o Congresso Mundial de Túneis (WTC) em 1998.
Ganhamos aquela disputa. A ITA marcou então para o Brasil a reunião do seu Conselho Executivo e pediu ao CBT que organizasse o SUPUS, Symposium on Urban Problems and Underground Solutions.
O resultado foi um evento à altura da ITA. A partir de então, as relações entre ITA e CBT têm sido intensas. André Assis tornou-se Membro Ex Officio do Conselho Executivo, elegendo-se mais tarde Presidente da Associação.
De lá para cá, duas outras reuniões do Conselho Executivo da ITA aconteceram em Congressos Brasileiros de Túneis e, em 2014, o WTC voltou ao Brasil, com sucesso de organização, público e expositores.
A boa reputação do Brasil junto à ITA decorreu também da capacidade demonstrada pelo CBT de promover a importância das obras subterrâneas dentro do País. O caso mais recente, nesse âmbito, envolve o túnel Santos-Guarujá. O CBT trabalhou ativamente para que o projeto de ponte, que já havia sido contratado, fosse trocado pelo de túnel imerso - a alternativa técnica mais adequada para o caso.
Situação semelhante ocorreu com as obras rodoviárias junto à Serra do Cafezal, que hoje contam com túneis. O CBT e membros da ITA engajaram-se na campanha e conseguiram convencer as autoridades a adotar soluções subterrâneas em vez de taludes de 70 metros de altura.
Planos para a ITA
O mercado tuneleiro avançou muito nos últimos anos - graças em grande parte à atuação da ITA. Mas ainda há muito a ser feito. Em muitas regiões do mundo, o mercado de túneis é prejudicado pela existência de contratos inadequados.
Trata-se de um problema que ganhou mais relevância com a entrada em cena de investidores sem conhecimento nem tradição na construção de túneis. Alguns passos para a solução desse desafio já foram dados. Um deles foi a parceria entre a ITA e a FIDIC (International Federation of Consulting Engineers). Outro avanço foi o convite para que investidores e representantes de seguradoras participassem das sessões e discussões em Congressos Mundiais de Túneis.
É preciso agora desenvolver uma nova estratégia a ser aplicada em um novo contexto. A ITA precisa de membros que influenciem a mudança, não apenas nas práticas, mas nas legislações de alguns países, o que já vem acontecendo com sucesso.
A confiabilidade na construção de obras subterrâneas aumentou muito graças ao trabalho da ITA. Mas podemos trabalhar para que ela aumente ainda mais, através do levantamento e análise de casos.
A reputação da ITA sempre chamou a atenção da indústria, especialmente nos últimos anos, quando a relação entre as duas partes também se estreitou. Espera-se para os próximos anos que essa cooperação torne-se ainda mais intensa e generosa.
A primeira edição do International Tunnelling Awards, organizada pela ITA, foi um sucesso! A ideia agora é tornar este evento uma tradição na entidade. O prêmio incentiva a inovação, promove a ITA e o uso do espaço subterrâneo de maneira muito positiva.
Nos últimos três anos, a ITA criou um plano estratégico com sete metas. Algumas delas já foram alcançadas, como a criação do ITA Young Members Group. E outras ainda precisam ser revisitadas para atualização de suas ações específicas, como a consolidação dos Grupos Nacionais não muito ativos. O novo Conselho Executivo vai revisar o plano estratégico, rever as metas não alcançadas e sugerir novas metas para os próximos anos.
Contamos com o apoio de todos!
Até breve.
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