Waldemar Hachich foi "ímpar na retidão, delicadeza e elegância", afirma Arsenio Negro, ex-presidente da ABMS
14/09/2022
“Conheci Waldemar há mais de cinquenta anos, como colega da Escola Politécnica (Poli-USP), mas foi nos últimos quarenta que estivemos mais próximos.
“Posso defini-lo assim: era o melhor de todos nós na Poli. Head and shoulder above the others, falou-me dele um ex-professor do MIT (Massachussetts Institute of Technology).
“O convívio veio nos anos 1980, após nossos doutorados e o envolvimento com a ABMS. Estimulei-o a atuar na associação e ele ficou muito grato por isso, como fiquei com Jaime Gusmão pelo mesmo motivo, poucos anos antes.
“O Núcleo de São Paulo foi onde ocorreu nossa iniciação. Os anos que dedicamos ao Núcleo (eu entre 1990-93 e ele, entre 1994-98) foram gratificantes.
“Waldemar foi um tremendo mestre. Sou testemunha disto pois foi ele quem me fez vencer o medo de usar probabilidade na prática da engenharia geotécnica!
“Ensino era sua genuína paixão e se dedicava a ela à perfeição. Mas o perfeccionismo não se limitava ao ensino: estendia-se por toda sua atividade profissional e acadêmica.
“Estive na diretoria da ABMS quando ele a presidiu entre 2001 e 2004. Serviu-me de modelo de dedicação à condução da associação.
“Waldemar foi ímpar na retidão, delicadeza e elegância com que tratava seus pares.
“Ele me presenteou de várias formas e eu sempre tentei retribuir. Um dos últimos mimos que recebi, quando ele já lutava com a doença, foi uma gravação dele dedilhando piano.
“Após dizer que eu estava preparando uma playlist de canções americanas, ele me enviou gravação de sua versão de Smile (com letra de Chaplin): uma pérola! A letra revela muito o que sentia naquele momento da vida.
“Sou grato pela amizade, o despreendimento e a lealdade que ele me ofereceu nos longos anos de convívio.”
Arsenio Negro Junior, ex-presidente da ABMS (2011/2012)
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