III Workshop Desastres Geológico-Geotécnicos discutiu ações e soluções para áreas de risco de deslizamentos no Vale do Paraíba e Litoral Norte de SP
São Paulo
18/11/2024
Nos dias 6 e 7 de novembro de 2024, o Núcleo Regional São Paulo da ABMS promoveu o III Workshop Desastres Geológico-Geotécnicos: Ações e Soluções para Áreas de Risco, evento realizado no Parque de Inovação Tecnológica (PIT) em São José dos Campos/SP.
Com uma programação rica em apresentações, o workshop reuniu representantes do Ministério das Cidades, da Defesa Civil e do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), além de engenheiros geotécnicos, geólogos, gestores públicos, concessionárias de serviços públicos e empresas. O objetivo foi debater os desafios das regiões de risco e propor soluções efetivas para o enfrentamento de desastres geológico-geotécnicos.
O presidente da ABMS, Roberto Coutinho, mediou a última mesa-redonda do evento, destacando a importância de encontros como este. Confira um trecho da fala do presidente:
Ilan Gotlieb, presidente do Núcleo Regional São Paulo da ABMS, ressaltou a importância de juntar diferentes áreas de conhecimento para discutir as soluções de prevenção e resposta a desastres. “Esses workshops são oportunidades únicas de reunir especialistas de diversas áreas, permitindo a troca de conhecimentos que ajudam a pensar em medidas para mitigar os efeitos desses desastres”, destaca Gotlieb. Em sua visão, o workshop é essencial para promover o diálogo entre a comunidade técnica, a Defesa Civil e acadêmicos.
O vice-presidente do Núcleo Regional São Paulo da ABMS, Yoshikazu Oshio, pontou que um dos destaques do evento foi a presença de especialistas que apresentaram modelos preditivos e ferramentas tecnológicas para auxiliar gestores públicos e a Defesa Civil em ações preventivas. “A visão trazida por gestores públicos é vital para direcionar nossos esforços de forma mais assertiva e colaborar com os tomadores de decisão em momentos críticos”, acredita Oshio.
Durante o evento, o geólogo Marcelo Gramani, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), trouxe um importante alerta: a insuficiência de equipes especializadas para atender grandes emergências. “Temos muitos profissionais na geotecnia e engenharia, mas nem todos estão capacitados para lidar com desastres de grande escala”, afirmou Gramani, chamando atenção para a necessidade urgente de capacitação dos profissionais para ações emergenciais.
O coordenador da Defesa Civil de São José dos Campos, José Benetido da Silva, destacou ainda a importância do trabalho de conscientização nas escolas, envolvendo jovens de áreas vulneráveis, como encostas e regiões de inundação. “O contato com as escolas nas áreas de risco permite que esses adolescentes se tornem agentes da prevenção, levando informações sobre descarte correto de lixo, cuidado com o ambiente e, claro, sobre o monitoramento climático. São os futuros multiplicadores do nosso trabalho”, disse.
Pedro Camarinha, pesquisador do Cemaden, apresentou o trabalho do Centro, que monitora e emite alertas sobre desastres naturais, integrando dados técnicos e científicos com a atuação das Defesas Civis. Ele ressaltou a importância de uma comunicação cuidadosa com a população para evitar alarmes excessivos e preservar a credibilidade do sistema.
Cassiano Bortolozzo, também pesquisador do Cemaden, apresentou um projeto piloto que usa sensores de umidade do solo para prever desastres geotécnicos. Instalados em vários estados, esses sensores monitoram dados a cada 10 minutos, combinados com previsões meteorológicas para indicar o risco de saturação do solo, fator chave para deslizamentos
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