Workshop reuniu especialistas para discutir desafios geotécnicos em áreas de risco. Assista às entrevistas

O III Workshop Desastres Geológico-Geotécnicos: Ações e Soluções para Áreas de Risco, promovido pelo Núcleo Regional São Paulo da ABMS, debateu soluções preventivas e de mitigação de riscos de deslizamentos nas regiões mais vulneráveis, especialmente no Vale do Paraíba e Litoral Norte.

O evento foi realizado entre os dias 6 e 7 de novembro de 2024, no Parque de Inovação Tecnológica (PIT), em São José dos Campos, reunindo representantes do Ministério das Cidades, da Defesa Civil e do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), além de engenheiros geotécnicos, geólogos, gestores públicos, concessionárias de serviços públicos e empresas.

Confira algumas das entrevistas realizadas com palestrantes e participantes: 

Fábio Reis, professor da Unesp de Rio Claro, abordou os desafios da gestão de riscos geotécnicos em áreas turísticas, onde os riscos precisam ser gerenciados com atenção redobrada devido à intermitência da presença de pessoas.

Em sua apresentação, o engenheiro geotécnico Sérgio Ludemann apresentou uma proposta para a matematização da classificação de risco, atualmente feita de forma subjetiva. Ele defendeu o uso de uma abordagem probabilística para determinar o fator de segurança em encostas, o que poderia trazer maior objetividade à análise de risco e facilitar a tomada de decisão em locais de alto risco.

O professor e sócio da BCE Engenharia Geotécnica e Ambiental, Luiz Bressani, enfatizou os impactos das recentes enchentes e deslizamentos no Rio Grande do Sul, provocados por chuvas intensas em curto período. Ele abordou questões como o aumento da frequência de eventos extremos, a necessidade de adaptação às mudanças climáticas, os impactos em áreas urbanas e a importância do monitoramento e do planejamento geotécnico.

Durante o evento, o professor e engenheiro Vitor Aly, que atuou com Secretário Municipal de Infraestrutura e Obras do Município de São Paulo de 2018 a 2021, falou sobre a sua experiência como gestor público. Ele também apresentou uma tecnologia japonesa baseada no monitoramento em tempo real de umidade do solo, volume de chuva e aceleração do terreno.

Petrucio Santos Junior, gerente técnico da Maccaferri, enfatizou as soluções oferecidas pela empresa para enfrentar deslizamentos e erosão, destacando o evento como um importante espaço para troca de ideias e para a difusão de alternativas inovadoras em gestão de risco.

Já Ricardo Mirisola, diretor da MMF Projetos, compartilhou sua experiência com o sistema de alerta precoce, parte do Programa “De olho na encosta”, implantado em Campos do Jordão e desenvolvido em parceria com a prefeitura e uma empresa canadense.

Mariana Motta, professora da Unesp de Guaratinguetá, compareceu ao evento acompanhada de seus alunos, ressaltando a importância dessa experiência para a formação acadêmica. Mariana elogiou o workshop por promover uma interação enriquecedora entre academia e setor privado, o que considera essencial para os estudantes se conectarem com o mercado.

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