Autor de livros que orientaram gerações de engenheiros, Carlos de Sousa Pinto fala sobre a importância da ABMS
10/07/2025
Presidente da ABMS entre 1990 e 1992, o engenheiro e professor Carlos de Sousa Pinto é autor de livros-texto que até hoje orientam os cursos universitários da área. O “Curso básico de Mecânica dos Solos” é obra de referência nacional e adotada na maioria dos cursos de graduação em engenharia civil no Brasil. Em conversas gravadas agora em maio e também na live em comemoração aos 70 anos da ABMS, Sousa Pinto falou sobre a importância da ABMS para o país. Assista aqui ao vídeo.
Sousa Pinto nasceu em Curitiba (PR), no dia 19 de dezembro de 1933, e formou-se engenheiro civil pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná em 1956. Obteve o título de Master of Science em Engenharia de Solos pela Iowa State University, dos Estados Unidos, em 1961. Obteve em 1966 o título de Doutor em Engenharia pela Escola Politécnica da USP. A partir de 1964, foi professor da Escola Politécnica, ministrando aulas de graduação.
Durante 30 anos foi pesquisador do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, onde organizou a Sessão de Pavimentos, chefiou o Agrupamento de Engenharia de Solos, foi Diretor da Divisão de Engenharia Civil, de 1975 a 1979, e Diretor Executivo de Operações e de Pesquisas, de 1980 a 1985.
No IPT, conviveu com fundadores da ABMS como Milton Vargas e Nápoles Neto, ícones da geotecnia. “Quem trabalhava com mecânica dos solos estava ligado à ABMS. Era a principal fonte da área”, afirma.
Contribuições Técnicas
Uma de suas maiores contribuições é o livro Curso Básico de Mecânica dos Solos, amplamente adotado em cursos de engenharia civil no Brasil e referência essencial para gerações de estudantes e profissionais. Sua relevância persiste pela clareza e praticidade.
Ele também introduziu o pressiômetro autoperfurante no Brasil, um equipamento pioneiro, coordenou projetos da FAPESP e publicou trabalhos em congressos nacionais e internacionais. Sua atuação na ABNT, como diretor do Sub-Comitê de Geotecnia (1987), e no CNPq reforçou sua influência.
Filiado à ABMS desde 1955, Pinto integrou a diretoria em São Paulo como diretor financeiro e secretário-geral antes de assumir a presidência em 1990. Sua gestão fortaleceu os núcleos regionais, alinhada à visão dos fundadores de uma associação nacional.
Ele recorda a autonomia dos núcleos desde a sua fundação, liderados por nomes como Costa Nunes (Rio), Pelópidas da Silveira (Recife) e Casimiro Munarski (Sul), e o papel da ABMS em criar laços. “Grandes amizades se formaram, muitas perduram até hoje”, diz, mencionando reuniões à distância com o professor Barata para planejar atividades.
Sousa Pinto celebra a evolução recente da entidade, com novos núcleos e eventos. “A ABMS cresceu muito. Desejo que essa pujança continue”, afirmou em 2020, na celebração dos 70 anos da entidade.
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