Falece Jaime Marzionna, ex-presidente do Núcleo São Paulo da ABMS. Leia a homenagem de Waldemar Hachich - ABMS
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Falece Jaime Marzionna, ex-presidente do Núcleo São Paulo da ABMS. Leia a homenagem de Waldemar Hachich

09/12/2021

A Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica lamenta informar o falecimento de Jaime Marzionna, engenheiro civil, mestre em engenharia de estruturas e sócio-diretor da Engeos Engenharia e Geotecnia. Ele faleceu em São Paulo, aos 69 anos, na manhã de 8/12.

Marzionna foi presidente do Núcleo Regional São Paulo da ABMS entre 2005 e 2006, onde atuou também como secretário executivo (entre 1996-1998) e vice-presidente (entre 1998-2000). Era também associado ao Comitê Brasileiro de Túneis (CBT).

Amigo pessoal de Marzionna, o ex-presidente da ABMS, professor Waldemar Hachich, escreveu uma homenagem ao engenheiro. Leia na íntegra:

“O Jaime teve de nos deixar em 8 de dezembro, Dia da Família, Dia da Imaculada Conceição e Dia da Justiça. Quem fica jamais aceita a partida, seja ela em que dia for.

 Mas a data de hoje é muito emblemática em se tratando do Jaime. Se me perguntassem como é o Jaime, creio que, apesar de todos os seus outros predicados, eu responderia com toda a convicção: “Jaime é um homem de família”. Ele o foi sempre, com responsabilidade e dedicação que não conheceram limites. 

 Palavras são poucas para traduzir o cuidado afetuoso dedicado à Beatriz, aos filhos e netos, aos irmãos e sobrinhos, aos pais, às tias, e seguramente muitos outros familiares de quem não me lembrei agora ou que não conheci. Mas, para todos aqueles da família que conheci, o Jaime foi sempre o porto seguro, em dias de águas mansas, mas principalmente nas tormentas. Sempre chamou para si todas as responsabilidades.

 E esperou para só nos deixar no Dia da Família.

Felizmente para todos nós, o Jaime generosamente estendeu esses cuidados plenos de responsabilidade e afeto a todos os seus amigos, colegas, alunos. Muitos e muitos foram os relatos carinhosos sobre o Jaime que ouvi dos seus colegas do Colégio São Luís, da Poli, e muito especialmente dos seus alunos. 

 Do Colégio São Luís ele trouxe a religiosidade não apenas de palavras, mas sobretudo da prática do amor ao próximo, da generosidade, da gentileza. Independentemente de convicções religiosas, todos que com ele conviveram se lembrarão do dia 8 de dezembro como o dia em que o Jaime partiu. 

 E esperou para só nos deixar no Dia da Imaculada Conceição.

Na Escola Politécnica da USP formou-se em 1974, a primeira turma para a qual ministrei aulas de Engenharia Geotécnica. Na minha classe, inteligência, responsabilidade, dedicação e gentileza colocaram-no em destaque, para mim, para os seus colegas, e para os nossos professores catedráticos, responsáveis pelas disciplinas, Prof. Victor de Mello e Prof. Milton Vargas. Já em 1975 era professor assistente na Poli.

 Por décadas, ano após ano, ministramos juntos incontáveis oferecimentos semestrais das disciplinas geotécnicas.  Mais de uma vez foi o professor homenageado dos formandos em Engenharia Civil. Aposentou-se prematuramente, na opinião de colegas e alunos. Fez muita falta! Foi diligente e rigoroso, mas sempre justo. 

E esperou para só nos deixar no Dia da Justiça.

 Trabalhamos juntos na Promon, onde ele participou de inúmeros grandes projetos de infraestrutura, dentre os quais escolho destacar as Estações Sé e República do Metrô de São Paulo. Logo, já nas décadas de 70 e 80, tornou-se uma autoridade nacionalmente reconhecida em escavações e contenções, tendo trabalhado também na Themag, onde foram igualmente notáveis as suas contribuições ao projeto de barragens e de muitas outras grandes obras essenciais para o desenvolvimento do País.

 Foi meu sócio por vários anos e em seguida criou a sua própria empresa. Seria inviável listar aqui todas as obras às quais também emprestou a qualidade do seu trabalho desde a década de 80. Recentemente, graças ao Fred, tive o privilégio de voltar a trabalhar com o Jaime no projeto das fundações de um grande edifício. Mal sabíamos que seria a última vez...

 Casou-se quando eu estava no Exterior. Guardo com carinho especial os poucos dias, mas cheios de amizade e carinho, que a Bia e o Jaime passaram comigo em Cambridge, em plena viagem de núpcias!

 Responsabilidade, dedicação, inteligência, franqueza, amizade, generosidade, gentileza. Mas não faltou humor que, reservado e um pouco tímido, o Jaime exprimia com parcimônia, mas então com seu riso franco e inesquecível.

 Vai em Paz, fica com Deus, meu AMIGO!

 Waldemar Hachich,

 tentando traduzir os sentimentos de incontáveis familiares, amigos e admiradores”

 A ABMS presta também suas sinceras condolências à família e aos amigos deste grande profissional e acadêmico.

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