Com mais de 300 inscritos, GeoMin 2021 reuniu profissionais para discutir geotecnia aplicada à mineração

Tradicionalmente promovido pelo Núcleo Regional Minas Gerais da ABMS, em parceria com o Núcleo de Geotecnia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (NUGEO - UFOP), o GeoMin 2021 (Geotecnia Aplicada à Mineração) foi realizado inteiramente em plataforma digital nos dias 30 de outubro, 3 e 4 de novembro deste ano.

A programação, dedicada ao universo da mineração, contou com uma temática densa e diversificada e a participação de especialistas renomados do campo acadêmico, além de representantes de instituições de pesquisa e do mundo empresarial. Foram mais de 300 inscritos para participar de palestras, mesas-redondas e discussões significativas sobre o tema.

Uma das preocupações dos organizadores com o formato online era na participação ativa do público, que sempre foi o maior valor do GeoMin, de acordo com Matteus Hamade, membro da Comissão Organizadora. Para isso, foi utilizada uma ferramenta que possibilitava perguntas ao vivo aos palestrantes. "Todos os dias houve perguntas e discussões importantes. O público contribuiu de maneira ímpar para o êxito do evento”, afirma.

Um dos destaques desta edição foi a realização do 1º Workshop Brasileiro de EoR. O objetivo dessa seção foi promover uma discussão sobre o papel e as responsabilidades das práticas de um Engenheiro de Registro. Para o presidente do Núcleo Minas Gerais, Fernando Saliba, o Workshop trouxe aos participantes a oportunidade de aprimoramento técnico sobre um assunto que ainda no Brasil é pouco discutido.

“Tivemos a felicidade de poder convidar pessoas que participaram dessas discussões no palco internacional, para ajudar a nos guiar”. Matteus Hamade se refere aos palestrantes Paul Ridlen e Christopher Hatton, que compartilharam experiências internacionais sobre o assunto.

Outra contribuição importante para o Workshop envolve as participações dos engenheiros brasileiros, que apresentaram os modelos atuais vigentes. “Essa abertura das práticas é muito bem-vista pela comunidade”, diz Hamade.

Ele completa ainda com um pensamento extraído do evento: "a segurança de barragens não deve ser considerada e tratada como um segredo; deve ser compartilhada e discutida por todos; só assim as boas ideias e práticas conseguem prevalecer e ser aceitas pelos diferentes atores desse segmento”.

O público presente pode assistir ainda a uma palestra do advogado e professor Leonardo Costa Bandeira. Ele abordou a atuação do profissional EoR do ponto de vista da legislação. “Nunca havia presenciado em um evento de engenharia geotécnica alguém que apresentasse, de forma tão clara e simples, conceitos e esclarecimentos importantes relacionados à responsabilidade penal dos profissionais geotécnicos”, explicou Fernando Saliba.

No segundo dia do GeoMin, o professor Eurípedes Vargas Junior, da PUC-Rio, proporcionou uma aula de modelagem computacional em Mecânica de Rochas. E no terceiro dia, a mesa-redonda ganhou destaque. Nesse formato tradicional do GeoMin, três especialistas discutiram a segurança de barragens. Participaram Luis Valenzuela, consultor internacional, Luiz Paniago, da Agência Nacional de Mineração, e Júlio Nery, do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

Saliba explica que a mineração tem exigido discussões mais amplas e frequentes envolvendo os diversos atores que atuam na área, seja da indústria, dos órgãos reguladores, seja das empresas projetistas, além dos profissionais autônomos, entre outros. “O GeoMin é o palco ideal para entendermos as diferenças de opinião entre todos os agentes envolvidos. O objetivo é buscar convergências, especialmente dos pontos mais polêmicos”.

As palestras e apresentações do GeoMin estão disponíveis até o dia 4 de dezembro na plataforma do evento para os inscritos. Acesse aqui.

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