Engenharia se faz com discussões técnicas, afirma diretor de Planejamento e Pesquisa do DNIT - ABMS
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Engenharia se faz com discussões técnicas, afirma diretor de Planejamento e Pesquisa do DNIT

23/07/2021

“A atuação de associações como a ABMS é muito relevante para fomentar discussões técnicas que permitam que projetistas e executores de obras definam pontos a serem observados e tratados. Isso é a base da engenharia. A engenharia se faz com discussões técnicas”. A afirmação é do diretor de Planejamento e Pesquisa do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello. Em entrevista à Comunicação da ABMS, Mello falou sobre a atuação do DNIT, a elaboração e a atualização de normativos do órgão e a importância da discussão técnica.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes é um órgão executivo do Ministério de Infraestrutura. “Todas as rodovias, ferrovias, hidrovias e portos que não estão no programa de desestatização do Governo Federal são de responsabilidade do DNIT”, explica o diretor. “Temos um ativo muito grande, uma carteira de contratos pujante. Somos responsáveis por executar esses contratos e fazer a manutenção dos ativos”.

Além disso, o DNIT desenvolve projetos de mais de dois mil quilômetros de novas rodovias. “O objetivo é que, tão logo haja crescimento da economia e disponibilidade orçamentária, possamos executar esses projetos”.

Normativos DNIT

Na Diretoria de Planejamento e Pesquisa, da qual Luiz Guilherme de Mello está à frente, há a Coordenação Geral dos Institutos de Pesquisa, responsável por capacitação, pesquisa e atualização dos normativos do DNIT. 

Os normativos são diretrizes para todas as obras do DNIT. “Todos os projetos são desenvolvidos com base nessas diretrizes, as obras são executadas com base nelas e as nossas auditorias são feitas com base nesses normativos”, reforça o diretor.

Por serem documentos tão importantes para o órgão, as atualizações são feitas com bastante cautela. Especialistas nas áreas são convidados para participar das atualizações. “São normas que requerem discussões técnicas muito aprofundadas. Além de contar com os especialistas convidados, colocamos o texto em consulta pública para que a norma seja fomentada pela comunidade técnica e só depois é que unificamos todos os comentários num novo documento”.

Parceria com universidades federais

O DNIT tem parcerias com universidades federais. As pesquisas desenvolvidas nessas universidades resultam em novos normativos. “A última parceria que fizemos com a Coppe, do Rio, resultou na produção de 50 normativos”, ressalta Mello. “A parceria com a academia tem o intuito de produzir novos normativos e atualizar os existentes. Novas técnicas sempre aparecem na engenharia. A academia tem contato mais próximo com esses novos conceitos. Aproveitamos a experiência deles para internalizar essas novidades”.

Atualmente, o DNIT tem parcerias com a Universidade Federal do Ceará, a Coppe-UFRJ, a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, a Universidade Federal de Viçosa, a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade Federal de Santa Catarina. “E pretendemos fazer outras parcerias em breve”, afirma o diretor.

A importância das associações técnicas

“A atuação de associações como a ABMS é muito relevante para fomentar discussões técnicas que permitam que projetistas e executores de obras definam pontos a serem observados e tratados. Isso é a base da engenharia. A engenharia se faz com discussões técnicas”.

Luiz Guilherme Rodrigues de Mello acredita que as associações técnicas podem levar às entidades públicas o senso de urgência de determinados temas. “A promoção do Cobramseg, por exemplo, é sempre muito relevante, porque há um desenvolvimento da técnica”, lembra. “O que o DNIT faz é tentar trazer isso para os nossos normativos, para os nossos projetos, de modo a ter projetos com melhor qualidade e, consequentemente, melhores obras”.

Luiz Guilherme Rodrigues de Mello

Graduado em engenharia civil pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), Luiz Guilherme Rodrigues de Mello é mestre em Geotecnia e doutor em Pavimentação pela UnB, onde é professor desde 2016. Entrou no DNIT em 2006, onde já foi diretor de Obras. Atualmente é diretor de Planejamento e Pesquisa. Trabalhou ainda na EPL (Empresa de Planejamento e Logística).

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