Primeira edição online do Congresso Luso-Brasileiro de Geotecnia atraiu mais de 200 participantes simultâneos
30/11/2021
O 10º Congresso Luso-Brasileiro de Geotecnia, realizado em 15 de novembro de 2021, aconteceu em formato virtual pela primeira vez. E a primeira edição neste formato não ficou desfavorecido em comparação às anteriores, que aconteceram de forma presencial, na participação do público e, sobretudo, na qualidade técnica. Essa é a avaliação do presidente da Sociedade Portuguesa de Geotecnia, Alexandre Pinto. Em entrevista à ABMS, o presidente da SPG enalteceu o nível técnico das palestras, comentou as contribuições das entidades parceiras para o sucesso do evento e falou sobre as expectativas para a próxima edição, que vai acontecer durante o Cobramseg 2022.
O 10CLBG
Tradicionalmente organizado com frequência bienal pela Sociedade Portuguesa de Geotecnia (SPG) e pela ABMS, a 10ª edição do Congresso foi transmitida do Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Portugal (LNEC), em Lisboa. O Congresso foi acompanhado por mais de 200 participantes simultaneamente e aconteceu em paralelo à 17ª edição do Congresso Nacional de Geotecnia (17CNG), também realizado em formato virtual.
A decisão pelo formato remoto foi tomada em razão da pandemia de Covid-19, contou Pinto. Ele explica que a 10ª edição do evento deveria ter acontecido em 2020, considerando que a última foi realizada em 2018 - mas isso, naturalmente, não foi possível. A alternativa foi realizar o Congresso de forma remota um ano depois. Apesar da ausência de momentos de interação social com os participantes, a crise sanitária mundial ainda não permitia que riscos fossem corridos, declarou.
A primeira experiência com eventos com transmissão online, entretanto, superou as expectativas dos organizadores. “Tivemos uma boa aderência de colegas, uma participação muito viva do público e palestras e debates de nível técnico e científico bastante louvável”, afirmou o presidente da SPG. “O balanço geral foi positivo”.
Para o futuro, ele acredita que a volta dos eventos presenciais será comemorada, mas que o formato híbrido (presencial e remoto) dos encontros poderá ser mantido. “A interação social e a troca com os participantes, que é característica dos eventos presenciais, fazem com que esse seja um formato indispensável”, declarou. “Mas estou convencido que muito se evoluiu em tecnologia com os eventos virtuais e que o formato híbrido tem importância especialmente para que os encontros alcancem mais pessoas, inclusive em outros países”.
Segurança de obras geotécnicas
O tema principal do evento – Segurança de Obras Geotécnicas – foi amplamente discutido em quatro sessões paralelas, com 23 apresentações e quatro palestras que abordaram a temática da segurança em barragens, geossintéticos, fundações, contenções e escavações e obras subterrâneas. Especialistas brasileiros de renome, como Alberto Sayão, Fernando Danziger e Roberto Coutinho, participaram desta edição e deram contribuições sobre os assuntos discutidos.
Já a Lição Victor de Mello, proferida pelo argentino Oscar Vardé, coroou o Congresso com a apresentação do tema “Lessons Learned from Dams Construction in Patagonia”. Vardé, que é presidente da Associação Argentina de Túneis e Espaços Subterrâneos, é especialista em mecânica dos solos e rochas, fundações de barragens e túneis, além de ter sido premiado na Argentina e internacionalmente por suas contribuições nessas áreas.
Participação das entidades
O apoio da ABMS e do LNEC foram essenciais para a realização desta edição, afirma Alexandre Pinto.
“Devo destacar o apoio permanente do presidente da ABMS e nosso amigo, professor Fernando Schnaid, principalmente quando decidimos avançar por este formato”, afirma o presidente da SPG. “Isso foi fundamental para nós. Mais uma vez agradeço a ABMS e ao Laboratório de Engenharia Civil, que nos deu um fundamental apoio na organização do formato virtual. Sem essas participações, este evento não teria o sucesso que teve”.
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