Tragédia em Petrópolis. Comunidade técnica deve estudar formas seguras de ocupação de encostas, propõe Willy Lacerda
21/02/2022
Ex-presidente da ABMS e professor da Coppe-Rio, Willy Lacerda tem larga experiência prática e conhecimento teórico a respeito do tema estabilização de encostas. Já atuou em inúmeras situações de emergência envolvendo escorregamentos motivados por chuvas excessivas que costumam afetar de forma recorrente o Rio de Janeiro e a região Serrana Fluminense.
O caso mais recente e devastador é o de Petrópolis. A cidade foi há poucos dias abalada por chuvas em volumes excepcionais. Os deslizamentos e as enchentes produziram mais de 170 mortes e milhares de desabrigados. Mas o fenômeno é bem conhecido dos técnicos e da população. Falta, na visão de Willy Lacerda, consciência e sentido de urgência, por parte dos gestores públicos, para a adoção de medidas saneadoras amplamente conhecidas da comunidade técnica.
Na entrevista à ABMS, Lacerda, que é morador de Petrópolis, revela a sua indignação com o descaso com que esse tema é tratado pelos poderes públicos. Ele lista, neste vídeo exclusivo, uma série de episódios trágicos, envolvendo chuvas e deslizamentos na Serra Fluminense, que deixaram estragos e vítimas desde a década de 1960.
Para o especialista, as chuvas fortes não são novidade. O que falta é planejamento por parte do Poder Público para liderar ações de prevenção. Além disso, Petrópolis não tem terreno disponível para que a população que hoje mora nas encostas seja removida dali e acomodada em outro lugar.
Willy Lacerda tem uma sugestão para a comunidade geotécnica. “Os geotécnicos deveriam se unir aos engenheiros estruturais para estudar formas de ocupar encostas com construções seguras e que permitam, ao mesmo tempo, a estabilidade do terreno. Soluções técnicas existem. Cabe implementá-las. Esse é o grande desafio do momento”.
Assista à entrevista de Willy Lacerda.
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