Valenzuela fala sobre barragens de rejeitos na abertura do COBRAMSEG/SBMR 2016
Luis Valenzuela fará a palestra de abertura do COBRAMSEG/SBMR 2016, que acontece em Belo Horizonte de 19 a 22 de outubro deste ano. Engenheiro chileno com larga experiência internacional, inclusive no Brasil, onde participou de obras importantes, como a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, Valenzuela vai tratar de um tema sensível para o país - as barragens de rejeitos - área na qual ele é um reconhecido especialista. "Abrir o COBRAMSEG tem um significado muito especial para mim", explica o engenheiro. "Trata-se de um evento de muita importância - inclusive porque acontece no Brasil, país onde trabalhei durante seis anos, entre 1975 e 1981, e onde tenho tantos bons amigos até hoje. Agradeço à ABMS e à Comissão Organizadora do evento por me concederem esta honra". A palestra de Valenzuela acontece no dia 20 de outubro, às 18h30.
O tema das barragens de rejeitos está em alta não só no Brasil, mas na maioria dos países nos quais a mineração é uma atividade importante. "Em minha palestra, vou procurar destacar aqueles aspectos que permitem operar barragens de rejeito mais seguras, baseado na experiência do Chile e de outros países, considerando também as recentes experiências no Canadá e no Brasil", afirma Valenzuela.
Para ele, a engenharia brasileira é conhecida e respeitada internacionalmente por sua competência, especialmente na área de geotecnia e barragens. "Lamentavelmente, nos últimos anos ocorreram diversas falhas ou rupturas de barragens em hidrelétricas e na mineração, como é o caso de Fundão", destaca. "Isso tem levado à elaboração de regulamentação especial sobre a segurança de barragens em geral. Após o caso da barragem de Fundão, provavelmente haverá uma regulamentação mais específica do projeto e operação de depósitos de rejeitos. Estes aspectos também serão abordados na palestra".
COBRAMSEG
"Tenho participado de diversas edições do Cobramseg e sempre fiquei muito impressionado com a numerosa participação não apenas de brasileiros, mas de geotécnicos da América do Sul, América do Norte e até países da Europa", ressalta o palestrante. "Esses congressos são muito conhecidos no exterior pela alta qualidade das discussões técnicas que oferecem".
A crise brasileira
Luis Valenzuela acredita que o Brasil não está sozinho na crise que enfrenta. "Está ocorrendo em diferentes graus no mundo todo, especialmente nas economias emergentes e que dependem das chamadas commodities", explica. O motivo, segundo o palestrante, é a queda nos investimentos nos setores industriais, dentre os quais está a mineração. "A receita tradicional nestes casos tem sido o aumento do investimento do estado em infraestrutura (eventualmente através de iniciativas público-privadas). Porém, nem todos os países estão preparados para fazer essa mudança de forma oportuna e nas dimensões ou nos volumes necessários. Não conheço receitas mágicas para este mal, a não ser insistir na necessidade da contínua inovação, uma área em que a engenharia tem muito a contribuir".
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